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EXPORTAÇÃO DE UVA

Setor de exportação de uvas para os EUA pode enfrentar crise devido à falta de auditores agropecuários

Vale do São Francisco, responsável por 95% das exportações de uva do Brasil, lida com falta de pessoal para inspeção e liberação de produtos.
Plantação de uvas- Foto: Pixabay

O setor de fruticultura está apreensivo com a possibilidade de um colapso nas exportações de uvas para os Estados Unidos, seu principal mercado internacional. Com a chegada do fenômeno El Niño nas Américas do Norte e Central, a produção brasileira se tornou a principal fonte de abastecimento nessas regiões. No entanto, a falta de auditores fiscais federais agropecuários para inspecionar e liberar as mercadorias está gerando preocupações.

“O número limitado de auditores agropecuários está causando preocupação no setor produtivo e de exportação devido à impossibilidade de atender às solicitações, o que poderia resultar em um colapso nas exportações”, alertou Guilherme Coelho, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).

Na região semiárida, o Vale do São Francisco é responsável por 95% de todas as exportações de uvas do Brasil, mas possui apenas cinco auditores fiscais federais agropecuários para inspecionar e liberar os produtos. Embora estejam operando no limite, eles conseguiram manter as operações até o momento. No primeiro semestre deste ano, cerca de 16 mil toneladas de uvas foram enviadas para o exterior, movimentando US$ 36,3 milhões, de acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Para tentar lidar com a escassez de pessoal, o governo está remanejando auditores de outras áreas para a inspeção de uvas no Vale do São Francisco. No entanto, essa medida apenas transfere o problema de um lugar para outro. “Compreendemos que a demanda por exportação de uvas está aumentando, mas outros departamentos também precisam funcionar simultaneamente”, criticou Luiz Gonzaga Oliveira Filho, representante do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Agropecuários (Anffa Sindical) em Pernambuco.

Atualmente, cerca de 20% dos 2,3 mil auditores fiscais federais agropecuários estão aptos para a aposentadoria. Em junho, o governo federal anunciou a criação de 200 novas vagas para a carreira, correspondendo a apenas 11,4% da demanda solicitada pelo Mapa ao Ministério de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, ou seja, 1,7 mil novos cargos.

De acordo com levantamento do Anffa Sindical, há 1,2 mil cargos vagos na carreira, ou seja, posições que poderiam ser preenchidas imediatamente com a contratação de novos servidores. “Mesmo durante a pandemia, estivemos em posição de exposição e garantimos a segurança alimentar do Brasil e do mundo. No entanto, nossa preocupação é chegar a um cenário de colapso. Os auditores fiscais agropecuários estão no limite”, alertou Janus Pablo Macedo, presidente do sindicato.

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