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AGRICULTURA FAMÍLIAR

Casas de farinha ajudam a impulsionar a agricultura familiar em Goiás

Investimento de R$ 2,17 milhões em equipamentos impulsiona setor da mandiocultura, fábricas móveis agregam valor e renda da produção de mandioca nos municípios e abrem caminho para o crescimento sustentável
Fábrica móvel de farinha. Foto: Junior Guimaraes- SEAPA

Uma revolução silenciosa está transformando o cenário agrícola de Goiás. Com o objetivo de fortalecer a agricultura familiar e agregar valor à produção de mandioca, a entrega de 13 fábricas móveis de farinha e goma reuniu líderes municipais e estaduais na sede da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Com financiamento de emendas do deputado federal Alcides Ribeiro Filho (Professor Alcides) e contrapartida do Estado, esses equipamentos foram distribuídos para 12 prefeituras, beneficiando agricultores familiares envolvidos no cultivo e processamento da mandioca. Esse investimento totalizou R$ 2,17 milhões.

Pedro Leonardo Rezende, titular da Seapa e anfitrião do evento, destacou a relevância das políticas públicas que estão proporcionando uma nova dignidade para a agricultura familiar em Goiás. “A mandioca é a joia da agricultura familiar em nossa região, e essa casa de farinha móvel vai agregar valor à sua produção. A beleza é que, sendo móvel, ela pode alcançar diversas localidades e atender a mais agricultores dentro do mesmo município”, explicou Rezende.

Fábrica móvel de farinha. Foto: Junior Guimaraes- SEAPA

Ele também solicitou a cooperação das prefeituras para garantir o uso adequado dos equipamentos e ressaltou a importância de capacitar e apoiar os agricultores familiares em todas as fases de sua atividade, incluindo a comercialização. “Peço aos prefeitos que nos ajudem a integrar os agricultores nas próximas edições do PAA Goiás (Programa de Aquisição de Alimentos Estadual) e do Goiás Social, para oferecer oportunidades a um número cada vez maior de pessoas”, enfatizou.

O deputado federal Professor Alcides, cuja emenda possibilitou o repasse de recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional, relembrou que essa entrega é apenas mais um passo em um processo iniciado em 2019, com a concepção de uma casa de farinha móvel em Formosa. “Vamos destinar recursos para mais 20 ou 30 casas de farinha, beneficiando assentamentos e comunidades quilombolas. Nossa missão é trazer dias mais brilhantes para a população”, afirmou.

Kleverton Barbosa de Mello (Mano), prefeito de Teresina de Goiás, discursou em nome dos municípios beneficiados. Para ele, a produção agrícola familiar de Teresina e da comunidade kalunga ganhará dimensões industriais com a introdução da fábrica móvel de farinha e goma. “Já temos agricultores pedindo ajuda para obter calcário, pois estão ansiosos para expandir suas plantações de mandioca”, relatou. Mano expressou sua gratidão pelos benefícios entregues pelo governo estadual. “Juntos, faremos a diferença e alavancaremos nossas cidades e nosso Estado”, declarou.

Durante a cerimônia, Patrícia Honorato, superintendente de Produção Rural da Seapa, apresentou uma visão panorâmica da mandiocultura em Goiás e no Brasil. Segundo ela, esse setor apresenta desafios e oportunidades. “Com as casas de farinha, abrimos portas para agregar valor, gerar renda e criar empregos, além de preservar uma cultura significativa”, argumentou.

Números de impacto

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de mandioca. Em 2021, o setor alcançou um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 12,7 milhões. Surpreendentemente, cerca de 85% dessa produção vem da agricultura familiar. Os dados oficiais também indicam que, em 2021, Goiás produziu 180,8 mil toneladas de mandioca em uma área total de 11,4 mil hectares. De acordo com o Censo Agropecuário 2017 do IBGE, o estado abriga 11,7 mil estabelecimentos dedicados ao cultivo da mandioca.

O evento na Seapa contou com a presença do secretário de Estado da Infraestrutura, Pedro Sales, bem como dos presidentes da Agrodefesa e da Emater, entre outros líderes municipais e estaduais. Ayana Abrão, assessora especial do Gabinete de Políticas Sociais (GPS), representou a presidente de honra da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e coordenadora do GPS, primeira-dama Gracinha Caiado.

As fábricas móveis de farinha e goma beneficiaram municípios como Porangatu, Orizona, Nova Crixás, Silvânia, Aloândia, Vicentinópolis, Teresina, Pires do Rio, Chapadão do Céu, Pontalina, Niquelândia e Professor Jamil. Cada município recebeu uma unidade, exceto Professor Jamil, que recebeu duas. Essas estruturas versáteis são compostas por reboque plataforma, lavador e descascador, prensa hidráulica, fornalha mecanizada, extrator de goma e peneira. Com uma capacidade média de processamento de 600 quilos de farinha por dia, essas casas de farinha não são apenas equipamentos, mas sim catalisadores de crescimento para a agricultura familiar.

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