O fenômeno climático El Niño retorna e conforme previsões do Centro de Previsão Climática dos EUA, irá afetar o clima em diversos países, incluindo o Brasil. Com maior probabilidade de chuvas intensas, o sul do país, especialmente Rio Grande do Sul e Santa Catarina, deve ficar atento ao desafio que esse período representa para a produção agrícola.
Fernando Arnuti, consultor de desenvolvimento de produtos de empresa de soluções genéticas para culturas como algodão, soja e milho, destaca a importância da escolha correta de cultivares nesse cenário. Segundo ele, produtores da região Sul devem optar por cultivares resistentes e de melhor desempenho em áreas propensas a excesso de chuvas.
O cultivo de soja, por exemplo, pode ser particularmente afetado. Solo encharcado durante a semeadura torna as cultivares vulneráveis a umidade excessiva e suscetíveis a ataques de fungos, como a fitóftora. Em casos graves, é necessário replantar a área, resultando em perda de produtividade e prejuízos financeiros.
Para evitar tais problemas, é importante investir em cultivares que apresentem alta resistência à fitoftora e ao acamamento, visando evitar perdas nas lavouras e garantir produtividade.
Além disso, o consultor destaca outra ameaça frequente: a ferrugem asiática. Esse problema pode se intensificar durante o El Niño, especialmente em janeiro e fevereiro, quando a soja está em crescimento. O cenário climático favorece o desenvolvimento e disseminação da doença e para combater a ferrugem asiática existem cultivares com estabilidade, alto potencial produtivo, resistência à doença e excelente sanidade foliar. É importante ressaltar que os fungicidas não oferecem eficiência total no controle da ferrugem, tornando a escolha de cultivares resistentes um fator chave para o sucesso das lavouras.
Portanto, a adoção de cultivares resistentes é uma estratégia essencial para os produtores enfrentarem os desafios impostos pelo El Niño, assegurando resultados satisfatórios e segurança na produção agrícola do sul do Brasil.