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ARROZ DE SEQUEIRO

Arroz de terras altas: A nova estrela da segunda safra no norte do Mato Grosso

Com alta produtividade e baixo custo, cultivares da Embrapa como a BRS A502 transformam o cenário agrícola, incentivando a rotação de culturas e ganhos econômicos para produtores.
Arroz de sequeiro, uma alternativa que produtores no norte de Mato Grosso, tem usado no plantio de segunda safra.

O arroz de terras altas tem conquistado cada vez mais espaço no planejamento dos agricultores do norte de Mato Grosso. Essa cultura desponta como uma solução rentável para a segunda safra, especialmente em sistemas de rotação de culturas. Entre as cultivares desenvolvidas pela Embrapa, a BRS A502 e a recém-lançada BRS A504CL têm demonstrado desempenho notável, conquistando a confiança dos produtores locais.

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA-MT), a safra 2023/2024 registrou 125.447 hectares plantados com arroz no estado, resultando em uma produção total de 407.487 toneladas, com uma produtividade média de 3.248 kg/ha. Esses números refletem o potencial econômico e agrícola da cultura na região.

O produtor Gustavo Sichieri Caramori, de Sorriso, é um exemplo de quem aposta no arroz de terras altas. Com três anos de experiência no cultivo, ele plantou a cultivar BRS A502 em 230 hectares na safra 2024/2025. Caramori destaca a resiliência da planta, mesmo em condições adversas.

“É um arroz bonito, veio muito bem mesmo sofrendo com estresse, e vem se recuperando de forma impressionante. A nossa expectativa é muito boa e pretendemos trabalhar mais tempo com o arroz, ampliando as safras”, afirma o produtor.

Desafios e oportunidades no plantio de arroz

Em Matupá, o consultor técnico Adriano Lopes aponta que a escolha pelo arroz ainda é limitada pela falta de infraestrutura para armazenamento de grãos. Apesar disso, ele acredita que o cenário está mudando.

“Por serem áreas de abertura, a tendência é aumentar o plantio nas próximas safras, incentivando a implantação de armazéns na região. O arroz é uma cultura com bom valor agregado e baixo custo por hectare, sendo ideal para rotação com soja”, explica Lopes.

Na propriedade em que Lopes atua, a soja é colhida em janeiro, abrindo espaço para o plantio do arroz safrinha, utilizando a cultivar BRS A502. Segundo ele, essa variedade oferece altos índices de grãos inteiros e excelente rentabilidade.

Inovação e pesquisa impulsionam a cultura

Adriano Castro, pesquisador da Embrapa, destaca as vantagens da BRS A502, fruto de anos de pesquisa na estação experimental de Sinop.

“A BRS A502 é altamente responsiva à fertilidade do solo, o que garante maior produtividade por área. Além disso, possui qualidade de grão superior, alta demanda da indústria e resistência ao acamamento, essencial em ambientes de alta fertilidade como na rotação com soja”, detalha o especialista.

Para Fábio Fadanelli, consultor comercial de empresa de sementes, o arroz de terras altas está deixando de ser subestimado e ganhando espaço como uma cultura lucrativa e estratégica.

“O arroz tem se mostrado viável em rotação com soja, reforma de pastagens e até em áreas de pivô central. Com manejo adequado, os produtores alcançam altas produtividades e, consequentemente, excelentes retornos financeiros”, ressalta Fadanelli.

O arroz de terras altas desponta como uma solução promissora no norte do Mato Grosso, aliando inovação, manejo eficiente e potencial econômico. À medida que mais produtores adotam a cultura, o setor ganha força e abre caminho para novas oportunidades no mercado agrícola.

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